No último mês, integrantes do projeto Permaclima embarcaram na II Expedição Ártica com destino à Groenlândia e à Islândia. Participaram da missão o professor-coordenador Carlos Schaefer e o mestrando Alex Pinheiro, com o objetivo de fortalecer a atuação brasileira em pesquisas sobre as regiões polares, essenciais para o entendimento das mudanças climáticas globais. Na Groenlândia, as atividades se concentraram em duas áreas com interesses científicos distintos: Igaliku e Kangerlussuaq. Igaliku é uma região subártica conhecida por sua relevância histórica, abrigando vestígios de antigos assentamentos vikings — incluindo a residência de Leif Erikson, o primeiro europeu a chegar às Américas — e sítios arqueológicos de povos inuítes, população tradicional groenlandesa. Já Kangerlussuaq, considerada a principal porta de entrada para o Círculo Polar Ártico, está próxima à Geleira Russell, ligada ao segundo maior manto de gelo do planeta. A geleira vem passando por um recente processo de retração, após avanços registrados nas décadas de 1980 e 1990, sendo uma região-chave para o monitoramento das mudanças ambientais no Ártico. Durante a estadia na Groenlândia, a equipe ampliou a coleção de solos árticos e promoveu a manutenção e o aprimoramento de um dos sítios de monitoramento climático já instalados, que mede parâmetros como temperatura, umidade e concentração de CO₂ no solo. Em seguida, o grupo seguiu para a Islândia, onde se reuniu com os professores Márcio Francelino, coordenador do projeto Terrantar, e Caroline Delpupo, docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e integrante da equipe Terrantar. Em solo islandês, foi instalado um novo sítio de monitoramento climático e foram coletadas amostras de solos vulcânicos, com ênfase na diversidade de Andossolos. O material contribuirá para estudos comparativos entre ambientes polares. A expedição representa mais um passo na consolidação da ciência brasileira em redes internacionais de pesquisa sobre os impactos das mudanças climáticas nos extremos do planeta.